Carta Pastoral - Por Jamê Nobre
Aos meus companheiros de jugo,
Enfim, chegamos vivos em 2017!
Para alguns 2016 foi um ano quase interminável. Pensavam que o ano nunca iria terminar, pois esperavam que 2017 iria trazer coisas novas.
Outros, mais analíticos, olharam para o ano findo em busca de ensinamentos, lições, que podem ajudar a fazer de 2017 um ano melhor.
Mas, tanto um pensamento como outro me parecem se, no mínimo, equivocado, pois, tecnicamente, o que muda na passagem de um ano para o outro, é simplesmente um número.
As festas, as superstições, a roupa branca que muitos usam, não tem o poder de mudar, absolutamente nada.
Infelizmente, até no meio do povo de Deus existe essa falsa esperança de que a mudança de ano, traz mudança de circunstância, de caráter, de vida, enfim.
Um ano não é diferente do outro. Todos são iguais.
Mas o que faz a diferença?
O que vai fazer toda a diferença é uma mudança de mentalidade e, consequentemente, de atitude e de comportamento.
Quero propor uma análise de alguns textos e atitudes propostas neles para ver se dali tiramos algumas lições para que o ano de 2017 seja totalmente diferente de todos os outros anos.
No livro do Êxodo, no seu capitulo 12, o Senhor dá instruções a respeito da Páscoa.
É sabido pelos cristãos que a Páscoa do antigo pacto, aponta para a Ceia do novo pacto, representando a nossa participação no sangue e na carne do Cordeiro sem defeito, o Senhor Jesus.
A instrução foi dada para um povo que ficou 430 anos em ambiente hostil, longe de sua terra.
Foram muitos anos de vida em uma cultura totalmente diferente da cultura que o Senhor tinha para aquele povo.
O contato com Deus era raro. Esse povo vivia rodeado para milhares de ídolos.
Quando Moisés pergunta ao Senhor quem o estava enviando, o nosso Deus, lhe responde que “Eu Sou” o estava enviando.
Com essa resposta o Senhor Jeová estabelece o ponto se referência para Moisés e para toda uma nação que estava imersa em cultura estranha.
“Eu Sou”. Isso fala, entre outras coisas, que todos os ídolos adorados pelos egípcios eram nada!
No capitulo doze o Senhor está dando instruções ao povo de como deveria ser a saída do Egito para viver uma nova vida.
Vamos ver o que o texto fala:
Ex 12:1 Disse o SENHOR a Moisés e a Arão na terra do Egito: 2 Este mês vos será o principal dos meses; será o primeiro mês do ano. 3 Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família. 4 Mas, se a família for pequena para um cordeiro, então, convidará ele o seu vizinho mais próximo, conforme o número das almas; conforme o que cada um puder comer, por aí
calculareis quantos bastem para o cordeiro. 5 O cordeiro será sem defeito, macho de um ano; podereis tomar um cordeiro ou um cabrito; 6 e o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o imolará no crepúsculo da tarde. 7 Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem; 8 naquela noite, comerão a carne assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas a comerão. 9 Não comereis do animal nada cru, nem cozido em água, porém assado ao fogo: a cabeça, as pernas e a fressura. 10 Nada deixareis dele até pela manhã; o que, porém, ficar até pela manhã, queimá-lo-eis. 11 Desta maneira o comereis: lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão; comê-lo-eis à pressa; é a Páscoa do SENHOR. 12 Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o SENHOR. 13 O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito. 14 Este dia vos será por memorial, e o celebrareis como solenidade ao SENHOR; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.
Vamos pinçar alguns detalhes desse riquíssimo texto. Não vamos discorrer sobre cada ponto. Somente alguns que interessam nesse momento.
a. Vs. 3 – Um cordeiro, segundo a casa dos pais – o pai como referência da celebração
b. Um cordeiro por família – a celebração tinha como ambiente a família
c. Vs 4 – Se a família for pequena para o cordeiro – consciência da grandiosidade do Cordeiro, aponta para famílias repartindo com outras famílias. A família ganha consciência de Igreja, pelo reconhecimento que ela não é bastante para o Cordeiro. A família não é suficiente para demonstrar nem viver a vida de Igreja
d. Vs 7 – Sangue nas ombreiras das portas – o Sangue identificaria quem pertencia ao povo de Deus – Consciência de nação; protegeria os filhos; e mostra por qual porta somos feitos participantes da família de Deus: o Sangue do Cordeiro.
e. Vs 11 – a forma de celebrar:
a. Lombos cingidos
b. Sandálias nos pés
c. Cajado na mão
d. Comer apressadamente
As instruções do versículo 11 falam de uma iminente mudança. Um profundo câmbio na história daquele povo.
Podemos ver a mudança do ano como algo trivial, ou podemos permitir uma mudança completa em nossas vidas, aproveitando a data.
Como seria isso?
Primeiro – ter consciência de que estamos em uma viagem nessa vida. Não somos daqui, somos estrangeiros e peregrinos, como nos alerta Pedro em sua carta, no capítulo 2. Não temos parte nesse mundo atual. O nosso será uma terra transformada pela operação do Senhor.
Segundo – Tomar a decisão de cingir os lombos – isso diz respeito a preparar a roupa de viagem. As roupas naquele tempo eram compridas e se a barra não fosse presa ao cinto, a caminhante poderia tropeçar nelas.
A nossa maneira de nos vestir, ou aquilo que nos cobre, ou ainda, aquilo que nos identifica ao sermos vistos pelos outros, não pode ser motivo de tropeço para nós mesmos, nem para os que nos veem.
Segundo Paulo o cingir a roupa faz parte da armadura de Deus. É para estar pronto para a batalha.
Terceiro – Usar sapatos para viagem – não nada nos pés que nos incomoda na caminhada, usar sapatos próprios para longas jornadas – esse detalhe mostra que precisamos revestir os nossos pés, pois vamos pisar em pedras, serpentes, escorpiões e isso não nos fará dano. Isaías fala de pés formosos, que são os pés dos que anunciam boas novas e Paulo fala que devemos calçar nossos pés com a preparação do evangelho da paz.
As nossas sandálias deve ser a consciência do ministério que temos entre as nações: isso nos protege e é a nossa forma de caminhar.
Quarto – Cajado na mão – o cajado tanto representa o instrumento que pastor usa para puxar a ovelha para perto de si, como servia para amparar nas subidas íngremes, como também um apoio na caminhada. Na medida que pomos um pé adiante, nos apoiamos no cajado.
O que fazemos ao cuidar de outros, traz para nós apoio e sustentação na nossa caminhada.
Quinto – Comer de pressa – Isso fala de uma atitude de prontidão para a jornada – estamos nos minutos finais desse tempo. A volta do Senhor é próxima. Além disso, podemos ir para Ele a qualquer momento (enquanto escrevo, penso que posso não terminar o que estou escrevendo).
Então, o que tenho que fazer, devo fazer logo, apressadamente. Não posso esperar o mês de fevereiro, nem o ano de 2018 para tomar atitudes novas em minha vida.
A grande lição que tiro dessas coisas é que sou parte da nação que desceu do Céu. Do povo que tem raízes em cima e não aqui embaixo.
Sou estrangeiro e peregrino entre as nações desta terra. Preciso ser diligente para com as coisas do Senhor. Não posso adiar, procrastinar, deixar para depois.
Se quero que 2017 seja diferente, eu tenho que ser diferente do que fui em 2016!
Novas atitudes mais novos comportamentos, geram uma nova forma de viver.
Que o Senhor nos ajude nesse primeiro dia do ano a tomar as decisões corretas para possamos experimentar um novo mover de Deus em nossas vidas.
Seu conservo,
Jamê Nobre
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