domingo, 13 de setembro de 2015

Eu quero terminar bem

Por Bruno Alves - 

    Tenho pensado sobre a brevidade da vida, pois os dias aqui em baixo são bem curtos. As escrituras afirmam que “os dias de nossa vida sobem a setenta anos, ou a oitenta” (Salmos 90:10).  Tenho pensado sobre como estou vivendo esta brevidade que é como uma neblina que aparece por um instante e logo desaparece (Tiago 4:14).

    Tenho pensado sobre como vou envelhecer… Não quero ser um velhinho cheio de culpa, que chega ao final da vida amargo e arrependido por não ter feito mais. Ou pior, se sentindo culpado por não ter cumprido minha vocação e chamamento.

    Eu quero me gastar enquanto há vigor, energia e saúde, porque ao homem foi ordenado viver uma vez só (Hebreus 9:27), portanto, não terei outra chance. Eu quero me gastar agora, porque agora é hora de me gastar, visto que não sei nada sobre o dia de amanhã (Mateus 6:27).

    Eu quero ter foco. Quero focar no Foco, que é Eterno.

  Tenho pensado em chegar bem, no final. Chegar bem é ter vivido de forma obediente, seguindo as ordenanças Daquele que tudo conhece, inclusive o futuro. Chegar bem é respirar aliviado entendendo que não vivi como “mandou o meu próprio nariz”, mas como ordenou o meu Mestre. Chegar bem é compreender que investi mais tempo em pessoas, do que em coisas. Paulo foi um cara que chegou bem (2 Timóteo 4:7).

   Não quero dar “picado”, nem migalha. Pela Causa, não me economizo para satisfazer Aquele que eu amo, porque nem Deus economizou – Antes, deu tudo o que tinha (João 3:16).

   Agora é a hora de me doar por inteiro sem me distrair com as vozes que dizem “isso é desperdício”, “você é tão jovem”… São essas mesmas vozes que há quatro anos atrás me diziam para não me lançar. Elas não entendem. E talvez nunca entenderão, porque estão vivendo para si. Só. No meu plano de vida, quero viver para os outros e, enquanto vivo, inclino para Ouvir (prestar atenção) a Voz que sempre fala e me conduz para o que é Bom, Legítimo, Eterno e Verdadeiro.


    Não quero perder tempo. Antes, desejo aproveitar ao máximo cada um deles (Eclesiastes 3:1-8). Por que cada tempo desse, me ensina, me molda, me amadurece e me assemelha ao Cristo com Quem tanto desejo parecer.

    Não quero ser como Sansão, que se distraiu e se perdeu no caminho.

    Não quero um fogo de moda, que vem e passa. Eu quero viver queimando e permanecer até o fim. Permanecer até o dia em que finalmente encontrarei com Aquele que tanto quero ver, junto com todos aqueles que amam a sua vinda (2 Timóteo 4:8). O dia bendito que deixarei de vê-Lo como em espelho (I Coríntios 13:12) para vê-lo face a face.

  Estou vivendo o agora de olho no Meu Futuro (que é uma Pessoa). Viver assim me traz alegria e esperança do final. Final que para mim será começo.

    Eu quero terminar bem. E você?

Bruno Alves- Blog Peregrino

sábado, 5 de setembro de 2015

Refugiados - Ouse ser a resposta

Relato de uma jovem missionária que trabalha entre refugiados aqui no Brasil:
Por nome preservado -
    Essa foi uma semana chocante para o mundo quanto a situação dos refugiados Sírios. Eu vi de longe a foto do garotinho afogado na praia, não conseguia abrir em tamanho grande, pois estou tão próxima desse povo que parecia um membro da minha família jogado, abandonado e esquecido naquela praia.
    Ontem estávamos prontos pra ir ao passeio semanal, eu já estava dentro da kombi esperando meus passageiros quando um dos rapazes desceu correndo a escada falando em um português ainda bem quebrado: "Bomba minha cidade, primo morto!". A Mariana e eu (outra staff da equipe de Refugiados) não sabíamos como reagir, ainda não sabemos tanto sobre a cultura e se em um momento como esse se deve abraçar, chorar ou dizer meus pêsames. Logo, um outro rapaz se juntou a roda e ao saber do ataque na cidade se desesperou pela vida do seu irmão que há vários dias não tinha notícias. Foi então que cancelamos o passeio até que conseguissem falar com seus familiares. Usamos meu computador e o Skype pra chamar nos telefones de lá.
    Nos reunimos ao redor do computador, fechamos a porta do escritório e torcemos pra que alguém atendesse a ligação. Eu sem entender nada de árabe, reconheci apenas o nome que a mãe gritou do outro lado:"José*!!! José*!!!". E depois eu chorei...
    As vezes parece que estamos perdendo tempo tentando fazer com que eles se adaptem tanto a nós, enquanto na verdade devemos pregar uma mensagem de esperança. E acredito que os acolhendo como a MAIS tem feito desde o primeiro dos mais de 100 refugiados que passaram por aqui, é com certeza uma mão estendida, sementes de esperança e salvação plantadas em suas vidas. E é bom fazer parte disso..
    “Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: “Venham, vocês que são abençoados pelo meu Pai! Venham e recebam o Reino que o meu Pai preparou para vocês desde a criação do mundo. Pois eu estava com fome, e vocês me deram comida; estava com sede, e me deram água. Era estrangeiro, e me receberam na sua casa. Estava sem roupa, e me vestiram; estava doente, e cuidaram de mim. Estava na cadeia, e foram me visitar.” Mateus 25:31-35
    E que Deus continue a abrir nossos olhos para essa realidade agora não tão distante de nós.


    Conheça a Mais, Organização Missionária que trabalha com refugiados, aqui.
    * O nome do refugiado foi trocado para segurança dele.
    Talvez queira Ler :Missionário Perdoa seus atacantes
   -Publicado sob autorização

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