Por Ade Queiroz-
Era um dia qualquer, parecia tudo igual para mim, acordei apressado, corri para tomar café e saí de casa com pressa pensando no trabalho, até esta data não pensava na vida com tenta clareza, achava que nunca ia acontecer comigo, era jovem, próximo dos 28 anos de idade, queria que tudo passasse logo, estava animado, parecia que as coisas começavam a dar certo, acabara de abrir uma empresa, tinha conseguido bons clientes, todos apreciavam meu estilo e rapidez ao resolver problemas com muita transparência, justiça nos preços.
Mas naquele dia algo me incomodava, o passado me atormentava, coisas que fizera perturbavam minha mente, o medo começou a tomar conta de meu coração, pensava e falava a Deus em minhas pequenas orações durante o dia que preferia morrer a passar todo aquele terror novamente.
Com tais pensamentos nem percebi os sinais que Deus estava a me enviar ao longo de meu caminho, ignorava as dicas do Espírito Santo.
Lembro-me de voltar ao carro para apanhar ferramentas, estava só. Seguia eu por um caminho cheio de cascalho, vi por duas vezes um par de luvas no chão, em minha mente o pensamento: pegue seu equipamento de proteção, pensei em pegar pelo menos as luvas, mas ignorei os sinais, estava com a mente fechada, vacilei, logo eu que sempre fora tão cuidadoso. Confiei demais na sorte.
Comecei a executar o trabalho e lembro-me apenas de ter ouvido: você está bem? Você está bem? Tentava falar, mas a eletricidade passava pelo meu corpo, não tinha domínio sobre meus músculos ou voz, estava sendo eletrocutado.
E então a única coisa que todos fazemos quando não tem mais jeito, eu pensei: Jesus me ajuda. E foi meu último pensamento.
Subitamente a dor passou, comecei então a ver cenas da minha vida como pinturas em sequência na parede, como um filme em alta rotação, logo pensei: vou ser julgado. Pensei como ficariam meus filhos sem mim. Uma voz falou-me: - Você quer morrer mesmo? Então respondi em pensamento: assim não.
Um clarão e vozes, vi pessoas gritando desesperadas ao redor de alguém no chão, do alto tentava ver quem era, foi quando percebi que era eu naquele chão, de repente ouço uma voz de mulher que orava com autoridade, dizia: - Morte eu te repreendo em nome de Jesus.
Foi quando voltei ao meu corpo, sentia dores como se levara uma surra, todos os músculos doíam, aos poucos fui me recompondo.
Passei dias perguntando a minha esposa se ela estava me vendo e se estava tudo bem.
Peguei algumas fotos de família e montei um quadro planejado já a algum tempo, coloquei ali tudo que mais me importava na vida, meus filhos e esposa.
Percebo depois de tudo isso que não somos nada, que a vida é rara, que a vida é melhor ao lado dos nossos queridos, hoje ao sair de casa para trabalhar, regularmente abro a porta do quarto dos meus filhos e os abençoo, vejo minha esposa, as vezes ainda dormindo e peço a Deus que dê anos de vida a ela para que juntos possamos ver os homens de bem que nossos filhos serão, peço saúde a ela e aos meus meninos que foram presentes de Deus em dias difíceis.
Saio de casa como se fosse o último dia de minha vida, procuro viver com intensidade, procuro sempre ter uma medida de sal em minhas palavras, experimento sabores, frutas de todo tipo e cor, não perco a chance de provar algo novo, e o mais importante sempre ouço meus filhos com atenção, não importando se estou vendo televisão ou fazendo outra coisa, procuro estar com eles o máximo que posso, aprendo com eles, observo onde sou parecido com eles, até me assusto as vezes com a semelhança.
Entendi o que Jesus disse em Mateus 6:31, 34: "Portanto não vos inquieteis, dizendo: que comeremos, que beberemos ou com que nos vestiremos, ...não vos inquietais com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia seu próprio mal"
Hoje vivo, com o objetivo de aproveitar cada momento que Deus me deu junto dos que amo, e fazer sempre o melhor de mim.
E você tem feito o seu melhor também? Tem amado intensamente? O caminho é Jesus, viva os melhores anos da sua vida.
Adenauer Queiroz
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