sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Game Over- A difícil arte de envelhecer



Frases do tipo: No meu tempo era assim, evidenciam exatamente aquilo que não queremos, isto é, que já passamos.
     Pois no meu tempo em minha casa, todas as mulheres costuravam, inclusive minha mãe, que frequentemente chamava a mim para pôr a linha na agulha a qual já não enxergava mais, eu claro, na minha meninice, corria a atende-la, sentindo-me que jamais precisaria de tal ajuda, e foi justamente a diminuição da visão que mais me afetou. Os anos passaram e chegou minha vez e o braço foi ficando curto, entrei em desespero, logo já não enxergava mais o suficiente, nem de perto nem de longe, a minha boa visão me abandonara. Os óculos entraram em cena definitivamente, oh céus!
    Foi só o começo. Para minha perdição, minhas unhas começaram  a endurecer e ondularem-se, e estão me chamando de senhora em todos os lugares, oh céus de novo!
    Aí vieram os calores, os suores noturnos e a pele seca, menstruação irregular, parece-me que meu corpo entrou em pane, deixando meu sistema emocional em frangalhos e a visita ao médico não pôde mais ser adiada.
    Exames feitos, receita em mãos, chego em casa, relato o diagnostico do médico na presença de meu esposo e filho:
    - Ele disse que não menstruarei, nem ovularei mais, estou na menopausa.
    Meu filho: - Game over então mãe. Palavras que calaram minha voz, game over!
    O carinho da família conta muito nessa hora, o amor incondicional deles é o que me ajuda.
    A cada dia vejo uma nova ruga, é um caminho sem volta, é compulsório, envelhecer traz consigo uma resignação, se não quiser tornar-se como aqueles que desesperadamente buscam a juventude perdida através de roupas joviais, cirurgias e cortes de cabelo, como um disfarce, tentando parecer o que não é, melhor ir acostumando-se.
    A velhice tem o dom de produzir em nós a humildade. Toda arrogância e auto-estima baseada na aparência, vai embora juntamente com as nádegas empinadas e seios perfeitos.
    Os valores tornam-se intrínsecos, a ausência de segredos da vida, o entendimento de que quase nada é perene, as batidas do relógio são outras. A beleza da mulher madura é a elegância,
    Não é fácil encarar, principalmente para nós mulheres, provi-me de cremes e mais cremes para pele seca, tinturas para cabelos, caminhadas para manter um certo fôlego, leitura para a mente, reposição hormonal com prescrição médica, e o amor da família, em especial do esposo que sempre se esforça para me dizer que me acha linda e que ainda sou a garota dele.
     Meu filho que a cada mexida no cabelo fala: -Ficou top mãe, a franja deixou jovem.
    Tem também os netos! Eles são a melhor parte, Deus fez perfeitamente que venham quando já estamos com saudades dos filhos quando pequenos.
    O salmista Davi disse (Salmo 37:25)-"fui moço e agora sou velho", revelando as duas etapas da vida, também já fui moça, agora rumo à maturidade, peço ao Pai Eterno que me ajude, guiando-me pelo caminho de sua Santa Presença.


terça-feira, 26 de agosto de 2014

Sobre baldes de gelo e corações mornos

   Via DCM-
 A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença grave e rara. Em média, um ou dois casos são diagnosticados por ano em cada 100.000 habitantes.
    Como muitas outras doenças graves e raras, quase ninguém sabe do que se trata. Ou não sabia, até que celebridades, subcelebridades, políticos, anônimos e wannabes começaram a jogar baldes com água e gelo sobre si, como propôs uma ONG dos Estados Unidos.
    Muitas outras ONGs em várias partes do mundo passaram então a receber doações mais fartas para ajudar os pacientes com ELA. Celebridades menos confiáveis chegaram a divulgar o comprovante de doação, como se fossem obrigadas pelas circunstâncias a fazer isso. Caso contrário, seriam consideradas insensíveis e más.
    Por isso é bem provável que nos próximos meses surjam diversas tentativas de ser a nova campanha do balde com gelo. ONGs contratarão publicitários especialistas em novas mídias e em tocar o coração morno das massas com histórias tristes e filhotes.
    Famosos e anônimos tentarão outra vez mostrar o quão solidário eles podem ser, quando impulsionados pela onda do momento, pela empatia ou por autopromoção.
    O movimento das ondas, contudo, parece sempre morrer na praia. E é provável que ano que vem poucas pessoas ainda se lembrem de fazer doações para campanhas do ano passado.
    Parece também incentivar uma solidariedade sazonal, como que alguém acumulando pontinhos de bondade vez ou outra, a serem trocados por benefícios futuros nesse mundo ou além dele.
    A vontade de ajudar aqueles que sofrem, porém, é algo intrínseco ao ser humano, a um ser social que depende dos outros para sobreviver – e um leão ou um tigre em geral não demonstram tanta tendência à empatia.
    O problema é deixar que esse impulso fique a mercê de publicitários criativos, ONGs de fundo de quintal, igrejas de empresários que não pagam impostos ou emissoras de TV que sonegam.
    No Brasil, o SUS fornece gratuitamente os remédios para o tratamento da ELA – que é uma doença ainda incurável – e segundo a presidente da Associação Pró-cura da ELA, Sandra Mota, as maiores dificuldades encontradas pelos pacientes são devido à falta de médicos especializados em doenças raras.
    Já a chefe do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias da Universidade de São Paulo (USP), Lygia Pereira, afirma que, em relação às pesquisas, o problema também não é tanto a falta de dinheiro, mas a lentidão e a burocracia para os cientistas conseguirem os produtos que necessitam.
    Essas questões esbarram em aspectos religiosos, culturais e também no fato de a indústria farmacêutica investir muito pouco em doenças raras ou que afetem apenas a países pobres, tendo em vista o baixo retorno financeiro.
    Ainda assim é evidente que campanhas como a do balde de gelo podem ajudar muitas pessoas e mais evidente ainda é que doações esporádicas não são suficientes. Que impostos e leis podem oferecer garantias muito maiores de um tratamento a longo prazo a esses pacientes.
    Vale lembrar que a campanha do balde surgiu nos Estados Unidos, país cujo sistema público e universal de saúde é fonte de controvérsias assustadoras. Há muitos por lá que defendem que o pobre receba atendimento, mas contraia uma dívida. Se for imigrante, que retorne ao país onde nasceu ou morra.
    No Brasil, porém, já tratamos de graça a maioria das doenças e temos a saúde pública garantida pela Constituição. É consenso que o SUS ainda precisa melhorar muito, mas são poucos os que defendem que ele acabe ou deixe de atender alguém gratuitamente.
    Os caminhos para melhorá-lo devem estar então em todas as propostas de governo nessas eleições. Planos mirabolantes, milagrosos, possíveis ou promessas vazias, filhotes e lágrimas.
   Por isso, mais importante do que jogar um balde de água na cabeça e fazer vez ou outra uma doação, é se engajar politicamente, espiritualmente. Não deixar que o impulso à empatia e à solidariedade se torne algo morno, passivo, dependente de ondas que o arrastem.
    É exercitar a própria ética, e impedir que pequenas doações sirvam para desencargos de consciências carregadas pela culpa e pela sensação de dever.
    A solidariedade não é um dever, mas um impulso natural a espécies que vivem em sociedades. É o caminho para a harmonia nessas sociedades. Um mecanismo evolutivo ou transcendental em que Darwin pode concordar com as religiões: a sensação prazerosa ao sermos solidários é a base de muitas experiências, tanto científicas quanto espirituais.
    Que banhos gelados e comprovantes de doações ou dízimos nunca pareçam suficientes.
Sobre o Autor
Leonardo Mendes é catarinense, jornalista e escreve no blog Van Filosofia. http://filosofiavan.wordpress.com
Foto: Bill Gates no desafio- reprodução DCM

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

"Que bonitinho...mas tá errado!"

Via Conexão Eclésia-
  “A pessoa de Deus para sua vida arranca sorrisos, e não lágrimas”
    A frase acima promove uma expectativa falsa, ilusória, pois simplesmente não existe a pessoa que só nos faça rir, posto que sempre estaremos lidando com pessoas pecadoras, tal como nós mesmos somos. As pessoas que amamos nos fazem chorar, da mesma forma que elas choram por nossa causa. Somos pecadores.Nos últimos anos temos visto o surgimento de ministérios dedicados a promover entre os jovens a valorização da pureza sexual e da espera em santidade pelo casamento. Não se pode negar que esses ministérios têm alcançado bons frutos. Em meio a tantos jovens que vivem mergulhados na lama da impureza e imoralidade, ministérios que tratem desses assuntos são de especial importância. Contudo, podemos perceber que o discurso de alguns desses ministérios, ao mesmo tempo que carrega méritos, também pode induzir certos jovens a uma expectativa irreal, uma espera por algo que simplesmente não existe. Com suas abordagens sobre “príncipes e princesas”, produzem uma visão excessivamente romântica da vida, própria dos contos de fadas, que é falsa e nunca se realizará. Exemplo disso está na frase acima, que foi publicada no Facebook por um desses ministérios.
    Quando alguém decide se casar, está casando com um ser humano, portanto, com um pecador. Ainda que seja um discípulo de Jesus, comprometido de todo coração em acertar, ainda assim é um pecador, falho, imperfeito. Portanto, muitas vezes o casamento não será um espaço de alegrias, mas um exercício de perdão. Paulo já nos disse que o amor é sofredor. Ele tudo sofre (I Co. 13:7).
    Aquilo que só nos faz rir não é amor, mas é a paixão, cega, burra e ilusória.
    Se Jesus nos diz que devemos perdoar nossos irmãos 70 vezes 7, certamente isso se aplica aos cônjuges. Antes de serem marido e mulher, os cônjuges são irmãos em Cristo, co-herdeiros da mesma graça de vida (I Pe. 3:7), e por isso o casamento é um vínculo em que se deve viver integralmente mandamentos como:
    “Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus perdoou vocês em Cristo” (Ef. 4:32).
    “Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou” (Cl. 3:13).
    Se precisamos ter um coração perdoador, é porque sofreremos danos a serem perdoados.
    Além disso, precisamos lembrar que o casamento cristão tem por propósito ser uma expressão da relação entre Cristo e a Igreja. Por isso, o casamento também deve ser visto como algo que Deus usa para nos fazer mais parecidos com Jesus, para moldar o nosso caráter.  Um cônjuge que compreende esse propósito, não se fará cúmplice dos erros da outra parte. Não será como Safira, que foi cúmplice da mentira de Ananias. Muito pelo contrário, terá um coração disposto a, em amor, confrontar o pecado. E quando somos confrontados, muitas vezes choramos. Às vezes choramos por estarmos endurecidos e resistirmos ao confronto. Porém, por sermos discípulos de Jesus, nos quebrantamos, e o nosso choro será de arrependimento.
    Ora, se nem mesmo Deus, que é puro amor, nos trata apenas nos fazendo rir, porque podemos esperar que o cônjuge faça isso?
    Portanto, ao entrar no casamento, tenha clareza que você está descendo a uma das oficinas do Oleiro, onde Ele molda o barro. Nem sempre haverá risos. Haverá muitas lágrimas. Mas siga confiando que Deus está moldando a sua vida, para transformar o seu caráter e te fazer mais parecido com Jesus.

domingo, 10 de agosto de 2014

O Papai não é uma mulher com defeito

   
No Dia dos Pais, Discípulos Ser E Fazer homenageia nossos amados inspirando-se em uma publicação de Aleteia, a qual trás uma grande verdade: O pai não é mãe com defeito.
    A presença masculina no lar dá equilíbrio emocional ao ser humano, tamanha sua importância, concede-nos saúde emocional com sentimento de pertencimento.
    "Qualquer psicólogo ou psiquiatra estará de acordo comigo sobre a importância do sentido de pertencer no processo educativo e formativo de qualquer ser humano. Por isso, não podemos tirar o feminino das mulheres e nem o masculino dos homens. Pretender que as mulheres atuem como homens e que os homens atuem como mulheres é um atentado a esse sentido de pertencer a si mesmo, e que corresponde a cada pessoa em seu ser.
    O modo de ser específico do homem contribui muitíssimo para a mulher e os filhos. O mal entendido feminismo, em lugar de polir as asperezas da sociedade ali onde a mulher é vítima de abusos, abandono ou desprezo, na maioria dos casos banalizou a figura feminina, atacou a masculina e caiu naquilo que havia criticado, ou seja, no equivocado comportamento machista.
    Não podemos permitir a retirada do pai na tarefa de educar e cuidar da família.
    Muitas vezes, nós mulheres nos queixamos de que o marido não nos ajuda na casa como gostaríamos, e esse é ponto de partida do problema, já que não podemos pretender que nosso esposo colabore como se fosse mulher, com as características femininas, projetando o nosso marido como uma mulher com defeito, comprometendo a imagem de bom pai na frente dos filhos.
    Devemos permitir que o marido compartilhe as tarefas da casa e da educação dos filhos de acordo com o seu estilo próprio masculino, que é onde todos saem ganhando. A mulher descansa quando “deixa” que seu marido se empenhe nas coisas da casa sem lhe censurar, criticar ou corrigir constantemente. Se há que fazer uma observação, faz-se a sós com ele, para contribuir com o crescimento do esposo e o funcionamento do lar."

    O homem possui dons e talentos que lhe são próprios e foram dados por Deus, e por mais que a mulher se esforce não conseguirá substituir-lhe. Deus assim planejou para que a família fosse preservada, a desagregação familiar dos últimos tempos deixa claro a produção em massa de desajustados e sofridos que não se adaptam na sociedade. É claro que existem lares aos milhares em que a figura paterna não existe por força maior, falecimento, divórcio, doenças, etc, e a mulher se vê obrigada a criar os filhos sozinha e o faz com louvor, porém com muita luta.
    "O pai é fundamental para que os filhos enfrentem frustrações, para que os filhos aprendam o valor do estudo, do sacrifício e a exigência. O pai, com o seu exemplo, ajuda a que seus filhos entendam que as frustrações os ajudam a crescer e se superar; a ser realistas e a ser conscientes de que, mesmo não podendo conseguir tudo que queira do jeito que espera, é possível ser feliz com o que se tem e desfrutar muito do esforço pessoal.
    Em casa a mamãe é a rainha e o papai é o rei. Triste final para uma história de amor seria ver o rei destronado. A sociedade pede que sejamos cada vez mais autênticos. O mundo precisa de verdadeiros pais que faça o que por lei natural e legítimo direito lhe corresponde: construir uma família." Com a ajuda de Deus!


Foto: internet

domingo, 3 de agosto de 2014

Edir, o templo, Dilma, o voto evangélico

    Pelo voto evangélico vale até sermão do bispo- frase cunhada por jornalistas da Revista Época, que citando a fonte iG, relata que Edir Macedo levantou os braços e orou durante a inauguração de seu templo dizendo diante da Presidente Dilma e dezenas de políticos“Porque o teu povo está cansado de sofrimento, cansado de derrotas, de fracassos familiares, fracassos na saúde, fracassos na segurança e em todos os sentidos".
    Na noite de quinta-feira (30/07), a Igreja Universal inaugurou em São Paulo o Templo de Salomão, que está sendo considerado como o maior templo religioso do Brasil. Durante estes dias o Bispo Edir está na crista da mídia, alguns o chamam de vendedor excepcional, comparando-o ao Lobo de Walt Street, outros de grande motivador e formador de bispos para sua denominação.
    De tudo que saiu na mídia evangélica e secular, a frase de Época,foi o que mais me chamou a atenção, longe dos números grandiosos do templo e das discordâncias religiosas, ou os meios e os fins  para construção de tal envergadura.
    Para alguns analistas Dilma terá danos eleitorais ao prestigiar Macedo, para outros, o objetivo dela é mesmo ganhar o voto do cristão da Universal.
    Está aberta a temporada de caça ao voto evangélico; muitos os criticam, dizem que falta intelecto, que quem tem fé é desprovido de faculdades mentais, mas agora em época de eleição são valiosíssimos. Ganha mais quem mais os conquistar.
    Nós que somos cristãos, estejamos atentos, sóbrios, pesquisando a vida do candidato, sem deixar ser enganados por discursos, e bajulações.
    O Brasil precisa continuar sendo o país da liberdade religiosa, da liberdade de opinião e de expressão, o pensamento é livre, o voto também!
    Para mim a construção do templo de Salomão está fora do tempo e de época, na história, grandes templos já tiveram seu lugar, hoje é tempo de uma igreja simples, cristãos podem reunir-se em casas, como os apóstolos fizeram, assim há mais amizade, comunhão, cuidado de uns para com os outros, vida simples!

Foto:Juliana Knobel
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