Uma oração repetida milhões de vezes, por gente que a entende, por outros que a repetem apenas. Jesus foi ao encontro do desejo dos discípulos quando lhes deu este modelo de oração. Para eles, abriu-se uma nova janela de comunhão com o Eterno, pois até ali nunca lhe tinham chamado "Pai".
Hoje, orei-a outra vez, pausadamente, para que todo o seu poder permeasse os meus sentidos, descesse ao profundo da minha alma e fizesse, mais uma vez morada, dentro de mim.
Parei na frase: " E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores..."
Foi a primeira parte que me fez parar. Afinal que dívidas tenho para com Deus? Bem sei que nunca poderei pagar-lhe o amor, a proteção, o cuidado, a bondade...
Murmurei a oração outra vez e então entendi:
Perdoa a minha dívida de santificar o Teu Nome...quantas vezes me esqueço como Ele é santo, santo, santo...
Perdoa a minha dívida, quando coloco os meus interesses acima da grandeza do Teu Reino...
Perdoa a minha dívida, pois tenho a coragem de pensar que a minha vontade é tão boa quanto a Tua...
Perdoa a minha dívida, quando imagino que tudo o que tenho é porque mereço, é porque tenho direito, quando afinal o pão que como, vem da Tua mão...
Perdoa a minha dívida, quando me coloco acima dos outros, num pedestal superior, esquecendo-me o quanto já me perdoaste...
Perdoa a minha dívida de gratidão, pois cada vez que sou salva do mal, é obra das Tuas mãos...
Perdoa quando não te dou glória, honra e poder...isso deveria ser o foco da minha vida...
Devo-te tanto Senhor, que em comparação com o que outros me devem, é como uma gota no oceano...
Sarah Catarino
Publicado sob autorização e originalmente no blog da autora